terça-feira, 25 de novembro de 2008

Inverso ..

Eu conto história!
E tudo aquilo que vejo que penso e que sinto se transforma rapidamente num conto. Meu conto é sem encanto daquilo que por sua vez seria mais grandioso.
Liberdade é pouco para o que preciso. O que preciso ainda não tem nome.

Eu vejo a vida suprimida em algo muito disperso, vago e aleatório.
Uma busca errante, estreita em vidas ofusca caminham pelas ruas de minha cidade. O que vejo me deprime. Onde dorme nego a céu aberto, de paisagem tem uma praça para ‘descontrair’, cheio do mal que lhe convém. Vejo a vida seca, vazia e nula, pois agora onde dormia um ‘qualquer’, passam-se os gravatas de um lado para o outro, correndo em busca da vida, como se ela fosse fugir, correr de seus próprios pés. E os negos, quando amanhece.. parece que foi-lhes feito mágica para sumir durante o horário comercial.
Vejo imagens de pessoas frias no ponto de ônibus, dentro do ônibus e onde quer que esteja. Todos ocupados com seus eletrônicos, com seus celulares, e com as mensagens em seus celulares. Não há mais sapatos que aperte os calos, pois uma viagem de ônibus até o centro de minha cidade é o suficiente para apertar nossos neurônios.
Minha alma se aperta e sofre como sempre calada.
Agora temos dois tipos de vitrines para nos ‘distrair’ durante o percurso de qualquer viagem, uma é: as vitrines das lojas que chamam cada vez mais para o consumismo, e a outra: as vitrines ‘ambulantes’ das pessoas que acreditam que moda é aquilo que elas usam.
Eu conto história!
A história que conto, é para dormir. Para dormir e acreditar que tudo não se passa de um belo e lindo sonho. Que ainda existem todas as coisas bonitas de uma infância, e aquilo que nenhum ser incondicional pode ter e sentir que é a fome.
De todas as histórias que posso eu contar, crio a significância de uma vida maior.
Posso dizer-lhes qualquer coisa. Qualquer coisa! Mas todas elas serão em vão, pois tenho dito coisas de menos, pensado demais, sendo gentil demais. Quem está se ‘divertindo’ é uma menina que ninguém conhece, e que eu detesto. Uma menina que nunca foi assim. Agora, eu tenho sido qualquer uma.
Conto história! E várias delas, me leva numa melancolia interna.
De repente aquela vontade de mudar o mundo, se transforma na vontade de cortar os pulsos. Mas há uma preguiça. A eterna preguiça. Aquela que não te deixa nem olhar para o cidadão do lado.
Este é o retrato do mundo que vivo? Não, claro que não. Eu conto história!
Minha próxima história será baseada em algo que minha alma não entendeu até agora: porque quando há um momento de "distração", há um "problema"? Um "problema"!.. E sei que há de haver sempre, por que sempre sei tê-lo.
Eu, meus contos, e minhas histórias...

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

..Coelho ..



“Todos nós conhecemos uma doença na África central chamada de doença do sono. O que precisamos saber é que existe uma doença semelhante que ataca a alma – e que é muito perigosa, porque se instala sem ser percebida. Quando você notar o menor sinal de indiferença e falta de entusiasmo com relação ao seu semelhante, fique alerta! A única maneira de prevenir-se contra essa doença é entendendo que a alma sofre, e sofre muito, quando a obrigamos a viver superficialmente. A alma gosta de coisas belas e profundas.”

(Paulo Coelho – trecho do livro - ‘O VENCEDOR ESTÁ SÓ’)

sábado, 15 de novembro de 2008

Reflexo

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Já não sei mais no que me transformei. Tenho os olhos mal pintados, com resíduos de um sono profundo e um mau humor insuportável.
Deveria estar feliz, e agradecer, pelos os meus sábados e domingos, mas até eles perdem a graça depois de uma jornada sem graça de viagens com trânsitos desagradáveis, de ônibus cheios de gente, numa romaria de reza seca e vazia.
Todos assistem a inacreditável vida. E como novelas não mudam o canal.

E por mais que eu tente, já não suporto mais as caras que tenho que mostrar. Já não suporto mais parecer algo que não sou eu: a camisa branca, o salto alto e o “bom dia“ no verbo. Tenho tentado ser feliz assim. Mas assim já não consigo ser mais feliz. Tenho tentado falar daquilo que entendo, mas só eu entendo.
E no eu modo ‘tolerável,’ carrego na bagagem imagens de pessoas frias e pretensiosas.
Hoje você dá o pão e recebe um tapinha nas costas. Amanhã você não tem o pão e leva o tapa na cara.
Já não entendo mais no que me transformei.
O coração acelera mais do que devia, me causa desmaios do corpo. E a alma sofre calada pelas coisas estranhas que vivo, que sinto e que penso.
Às vezes, eu queria ser um “normal”. Mas o normal pra mim é sempre diferente pra você.
E às vezes, eu não queria ser nada. Nem líquido e nem gasoso.
Os meus estudos me deprimem. O meu trabalho me deixa muda.
Tenho estados alterados de consciência, e as únicas coisas que ainda me condicionam são: meus cigarros, a caipirosca e minha amiga.
Já não sei mais no que me transformei.
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domingo, 19 de outubro de 2008

Addicted..

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Ando meio zumbi. Não me lembro das coisas, lembro de todas as coisas as quais eu não pertenço e mesmo assim aturo. Não me lembro mais de nada de ontem, nem de anteontem e nem de coisas de horas atrás.
Escuto vários “bons dias”, “boa tarde”, “boa noite” e “bom fim de semana”, e respondo com um sorriso, mecânico e mal humorado.
Eu escorrego no vazio da minha própria cabeça, do meu coração e da minha alma. Mais uma na multidão de rostos feios e infelizes no centro da cidade.
Ontem eu era “a fodona” e fazia uma diferençiazinha, hoje eu só sou o número de meu Título de Eleitor, cheia de calos!
Me mantenho em pé, só não sei o porquê, e nem sei como. E não sei até onde vou resistir. Já não existe mais nada pra se tirar de mim, pro amor eu já acordei, pro trabalho eu cansei e pra guerra eu já morri. E sobrou isso aqui: O copo na mão esquerda, o cigarro na mão direita, e nada de mim.

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domingo, 7 de setembro de 2008

' Timidez '

Não me recordo de qual ou quando foi a minha primeira vergonha real em minha vida. E não sei se deveria fazer esse esforço; Prefiro outro tipo de punição.
Conheço um pouco dessa minha vergonha inconsciente. É como se fosse somente um lado de consciência atormentada. Sem poder sustentar essa idéia para atacar um “problema”, o primeiro passo é reconhecer sua existência. Na maioria das vezes reconhecer é bem mais complicado; e o mesmo digo para re-educar.
Eu bem que andei estranha esses dias. Na verdade muito calma e serena. Não queria dizer que andei à toa, mas sim, encorajada na minha forma de vida errada.
Viver errada sempre me atraiu. Não o errado para o mau. Mas posso dizer o contrário do que é certo, que dá no mesmo.
Deveria agradecer por esse merecimento de minha liberdade. E agradeço! São nas minhas vergonhas, nos insucessos e nos meus métodos dessa maneira de viver que aprendo a aprender.
Inocente essa minha feiúra.
Inocente e com ofensa é explicar não só os meus defeitos, mas também os defeitos de toda uma sociedade. Tola! – Penso eu; Pudesse eu ainda gritar.
Quer dizer. Ainda grito, porque aprendi desde que era bebê. Era uma das formas de expressar, e a outra era chorando. As coisas que aprendemos quando pequenos, normalmente se mantém. Mas confesso num coro que faz um tempo que não abaixo os olhos expondo-me a chorar. E provavelmente quando isso for acontecer-me será num exagero absurdo, que valerá um choro válido por anos.
Mas não é através dessa minha ‘frieza’ que vou engolir a seco o disfarce e o veneno que puserem a aquilo que me cerca.
O que eu temia me ocorreu. Não o choro, mas o esvaziamento de copos. O engraçado é que essa irresponsabilidade me causa tanta alegria e consciência. Não que eu não seja, é que fico pior. Bem pior.
Colocando uma só palavra e num só eixo digo exagerada. Não só como diria a canção daquele cara que era o cara (Cazuza). E descubro que ele era igual a mim – O cara (haha). A igualdade aqui que ponho não é só no sobrenome que carrego em algum certo grau de parentesco.
Confiante, vou dizer uma súplica já dita: Brasil mostra tua cara!
A essa altura, mostrar a cara está muito mais além do que só levantá-la e abrir um sorriso.
E me encho de questões tentando entender o nosso social, e porque uma boa parte de nossa população não votaria nas eleições públicas. Todas as respostas que tenho se volta numa só palavra: Preguiça.
Gostamos daquilo que já vem pronto, que traga ‘praticidade’, sem precisar entender muito, até porque para quê um todo entender se já existe que possa entender por nós.
Desanima pensar assim.
Desanima mais ainda ver que é mesmo assim.
O sangue me sobe ao rosto, e tenho sempre os olhos abertos e mal pintados.
Esses dias bateram em minha porta para fazer uma pesquisa de popularidade para as eleições. A pesquisa era voltada só para um candidato, dentro de algumas perguntas, uma das foram: Em quem você vai votar? Você votaria nesse candidato? Abusivo isso tudo, mas já tinha aceitado fazer a tal pesquisa então o que me faltava era colocar o pé na jaca, é claro! Todas as minhas respostas foram envovidas ao não. Não queria ser mais mal educada com a moça que estava ali fazendo seu serviço que tenho a certeza que não pagará a felicidade das contas de um mês.
Esse lance político me deixa com vergonha. Já que o assunto é esse, vou soltar todas as vergonhas que hoje tenho, porque esses graves defeitos não são inventados, são todos mascarados de simpatia e bom humor.
Desculpa-me. Nessa minha impureza, não deposito minha esperança na aparência de simpatia que muitos têm. Nessa troca de respeito, é dever de todo cidadão dar e receber. Envergonha-me quando vejo o oposto.
De repente a minha salvação ainda seja possível, porque essa alma suja de menina é muito liberta, e às vezes ingênua. Não faço a ‘bondade’ minha imagem (quem dera eu fosse mesmo boazinha). Mas gosto de me divertir. O lance é mesmo sentir tudo, ver tudo e gastar tudo até que não me sobre nada, nem pele e nem osso. Essa é uma vergonha com certo orgulho. Porque esses momentos são mágicos, e só consigo entendê-los com profundeza maior depois que já foram embora.
Pusera três copos “recheados” com fé num encontro único: Aquela mulher, que sou eu. E aquele homem, que também sou eu. E eu numa prece profunda, quem era? O tesouro está onde menos se espera – Quem disse isso? Eu era e sou uma menina.
Talvez errante essa afirmação, mas enfim purificados os três. O que posso fazer já que não rôo as unhas e nem sinto fome? Purificar-me com álcool. Bem, amando o ruim. É quase sempre assim.
Ainda ando alimentando o faz de contas que nem em sonhos poderia existir. Mas faço o contrário e faço existir. O cheiro que incrivelmente insiste em ficar em mim.
Nesse inferno esplêndido que vivemos e criamos, vagarosos e nas pontas dos pés continuamos nos encontros de sorrisos tão cheios e tão vagos; Com os olhos fechados, sentindo na boca o gosto amargo de meu próprio coração. E mais uma vergonha.
Amar o impuro é talvez uma nostalgia. Difícil me amar: sou o encontro de mau humor e doçura.
Aterrorizada com o mundo me pergunto: Até quando esse mundo será mundo?
Mas é muito mais bonito expor uma democracia cheia de projetos, censuras e leis, do quê realmente fazer. Não quero deixar de lado estas idéias de críticas construtivas ou não, mas as vidas de cidadãos comuns que trabalham se estressam, em rotinas infortunas, estreitas, num trânsito que endoida informações e carros é muito mais do quê restrições ou certas leis.
Bem, continuo a virar meus copos com teores altíssimos de álcool e a queimar meus tóxicos. – Afirmo com toda a certeza que o mal da sociedade não está nesses vícios ou hábitos que acompanham uma vida. Já disse, e vou dizer de novo: O tesouro está onde menos se espera.
Esperar a essa altura talvez seja tarde demais. Meu coração aperta e quase se fecha. Logo eu. Bem, quase.
Aprendi a amar as coisas e as coisas de uma maneira diferente e estranha. Poderia achar e encontrar uns motivos, mas existem várias outras histórias.
Depois do beijo, uma esperança, duas histórias e mais uma vergonha.
A falsa idéia que agarro em meu peito. Meu coração pensativo com tantas as idéias nesse mundo, observando esse copo, sem tocá-lo... E no meu pecado maior a vergonha de falar certos assuntos depois da vidinha besta da sociedade.
Não sou aquela mulher interessante, sou um homem com sua amante.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Efeitos

Meu corpo já não é mais o mesmo. Meus cabelos já não são mais os mesmos. E minha cabeça também. Em contatos tão reais que tenho com o maço de cigarro e o copo de alguma bebida claramente alcoólica acabo mais uma vez conhecendo minha natureza feminina ou talvez masculina. E não há nada de errado nisso.
Se irei pagar um preço? Sem dúvidas. Mas não é certamente de minha natureza feminina abrir-se para o amor com facilidade.
Ao conhecer a si mesmo, digo: nosso tempo nessa terra é sagrado e devemos celebrar cada momento.
Algo está errado. Em um mundo que se divide cada vez mais pelas crenças religiosas, tento eu falar do amor. Tentar falar sobre, está fora de cogitação. É que minha natureza masculina não fala de seus amores, e minha realidade é sempre outra.
Estive entusiasmada essa semana, e devo de uma vez deixar minhas férias de lado. Já se passaram mais de trinta e poucos dias sendo uma coisa que eu já não reconheço mais. Descobri e entendi coisas absurdas sobre eu e o mundo.
Agora sou tachada de louca. E chego a seguinte conclusão que realmente sou. É que a vida “social " nos-cobra isso. Penso coisas absurdas, faço mais ainda e não consigo não dizer-las.
O último filme que vi na telona falava de uma coisa, e eu obviamente devo ter entendido outra, aí vai: Não adianta querer mudar o natural. Porque aquilo que está determinado a ser vivido e feito, realmente será, não importa o tempo preciso, e isso devemos ver seja ao lado bom ou mal. O filme que vi nada ou tudo tem a ver com o que afirmei. Mas tudo aquilo que foi criado pelo homem e sua imaginação são assim de anseio íntimo.
Voltando a algo menos pensante, o sábado que estava por vir e a semana que passou. Eu aqui sendo a boneca quebrada e pensante, sopro devagar a fumaça de meu cigarro seco. A alegria maior é ver meu coração correndo, batendo para os outros.
Surpreendida, com minhas leituras preocupo-me mais com o que devia com o mundo e seus porcos–espinhos. É preciso que urgentemente sejam realizadas pesquisas de impactos ambientais. Mas percebo que não adianta mais estampar nos jornais que o aquecimento global é mesmo assunto sério. Muito sério. Sério também é me deparar com algumas notas afirmando que a população brasileira diz em pesquisa que se pudessem, não votariam.
A idéia aqui não é achar a solução ou resposta alguma para qualquer tipo de problema que eu me preocupo. Mas penso sobre nossa própria carne aquosa.
Para a boa vontade dos homens, a primeira coisa que ‘adoçaria’ tua vida seriam limões verdes.
Alegres limões verdes.
Comovida fortemente em tudo que foi visto por estes olhos nos últimos dias, onde “ pés “ de estranhos estavam explícitos com seus ‘alegres’ caroços. E tudo foi cortado pela minha rápida imaginação e entendimento. Adivinha só, - Eu estando por aí, assisto na esquina de uma avenida o prazer sendo esmagado por um mendigo. Constrangida, olhava. E via aquele cara lavar contente tuas mãos. Brigando com paixão e ignorância.
Bem, tudo diante à nós, existe. Exatamente assim existe.
Tive que me render sem saudade nenhuma do faz de conta que estou vivendo. E na “possessividade”, aquele cheiro ainda está em mim.
Peço perdão ao meu pai, sem me oferecer a esperança. E peço sempre sabedoria. E quando percebo que estou entendendo, estou também enlouquecendo.
Meus maus humores se mantém. E meus vícios também. É uma mistura de conjunto de coisas.
O coração sempre acelerado. E sempre vago.
É tempo de eleição, e as pessoas comem com ou sem ternura. Não quero formar a vida, porque ela já existe.
Eu, toda branca e pálida, com meus sapatos vermelhos insisto em querer acordar o mundo que dorme.
Ainda respiro mal e respiramos mal.
Arrepia tudo aquilo que eu desconhecia. Na ponta do pés, segurando paredes, ciente e onisciente fui ao encontro de meu sorriso ao sorriso mais intenso. Ah, aquele cheiro.
Finalmente.
Ouvi meu nome se dito várias vezes. Ouvi o telefone tocar algumas vezes. Ouvi a mensagem que acabei de receber. Sem voltar o risco de meu coração nesse barulho e nesse silêncio, cheguei finalmente ao encontro de minhas duas boas almas. O feminino, e o masculino. Ela, a mulher da minha vida. Ele, o homem da minha vida. Esvaziamos uma boa quantidade de garrafas. E de novo, depois de confessar coisas sem pensar, eu pequena e sonâmbula com minha liberdade, parecia ainda morrer de sede.
E meu coração morre mesmo de sede. Ansiosa, admito qualquer falha, mas meus olhos nus correm para o abraço. É que nessa época de eleição começa os ‘ataques’ moralistas e para minha boa vontade, também ataco.
Já não sei mais o que será amanhã porque a água vai secar nessa quentura toda que o mundo vive, porque guerras destroem e constroem o bem e o mal, porque ao invés de criarem um mundo melhor para todos, criam novas tecnologias à consumo, e porque nos princípios de liberdades nos prendemos cada vez mais na classe dominante ( o capitalismo ou os capitalistas )
Não tem como fugir, porque se não fica sendo aquela coisa de covardia e nula. Mas não quero falar de utopias e reclamar como sempre. Pretendo mudar! Na verdade, mudo sempre. E minha cabeça se torna em vários infernos e passo por ingênua com um copo de caipirinha e o cigarro aceso.
É sempre assim: Morrendo de rir. Sem uma palavra sequer e sem uma palavra de amor.
Deixo escapar por um triz, - O que fazer nesse barulho todo de quem já entendeu tudo?
Bem, eu verei tudo e sentirei tudo! Vou gastar toda a minha vida até não sobrar nada.
E você?

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Tudo que está fora

Desculpe-me a demora. Com o suspiro de conforto, fecho os olhos e ainda durmo agita. Pouco a pouco começo a fazer a seqüência adequada aos pensamentos. Não que haja a seqüência certa para pensar. Mas talvez, devido à insistente passagem do tempo, tento sempre organizar-me antes de literalmente dormir. O tédio sempre faz parte dessa organização. E talvez seja por isso que a passagem desse tempo seja tão às pressas, que quando me dou conta, já é quase de manhã.
Havia me esquecido de concretizar que tenho uma responsabilidade maior, pela qual sonhava há certo tempo. Voltei a estudar, - E pretendo certamente, me formar.
É engraçado esse meu modo de ver as coisas e as coisas: Naquela sala tão imensa, algumas cabeças tão cheias de nada, e outras tão vazias de tudo. Agora, estou eu entre elas. E sinceramente não sei qual o ponto de vista sob minha cabeça; Mas também não vem ao acaso. A quantidade de pessoas num único lugar me ‘assusta’. E me pergunto: Será que todas estão no mesmo pretexto? 'Ser um igual'.
Pela falha humana, ainda é cedo para falar que a escolha foi errada. Creio que não!
Quer dizer: cada um que faça ao teu modo.
A tentativa de viver mais intensamente as coisas leva-me numa espécie de constante observamento. Que eu seja retardada demais, e ao invés de afundar um pé, vão se os dois.
Quando há trinta dias que não chovia, e quase não respirava, agora, não pára de “molhar a terra”. A beleza é bonita na teoria, na prática é contraditório.
A cidade pára, quando chove. A essa altura, não sei mesmo o que é pior: a terra, a cidade, o ar e o mundo inteiro ressecado ou quilômetros de congestionamento de carros, ônibus, motos, pessoas e água? Bem, parece que quando chove, é tudo bem pior. O que deveria existir seria o equilíbrio entre ambos.
O difícil mesmo é assistir a repercussão de nosso mundo e acreditar que ainda possa existir equilíbrio. E por falar em acreditar, estou há quase duas semanas tentando fazer uma coleta de lixo seletivo em casa; separar ao menos o lixo orgânico - do papel, plástico e derivados.
Confesso que essa tentativa está insistente mais do que deveria.
É complicado, porque de certa forma é uma re-educação. Mas a complicação toda ocorre porque existem pessoas que já possuem seus hábitos, seus costumes e educações.
Bem, elas nunca se lembraram de obedecer, tentando ser ecologicamente correto.
Mas ainda persisto e vou modificando.
Daí, fui obrigada a pensar:
Intolerável tudo isso! Por causa de falhas e acomodações como esta, a educação ou a falta dela, somos assim, manipulados. É claro que se começarmos a pensar melhor e a entender melhor, a manipulação não deixará de existir. Na verdade, com isso tudo a idéia não era compreender. O fato deixa de ser um fato. Não podemos culpar a ausência da ciência.
Mais que por um lazer, envergonha-me até dizer, mas direi: esvaziei algumas garrafas essa semana. E me pergunto para onde está indo todo esse liquido que ingiro, porque aos poucos meu corpo será ‘bebido’.
Inteiramente surpresa, recebi a visita de uma boa companhia, e já que não havia nada a se fazer, praticamos aquilo que batizamos de nadismo. Essa palavra não existe no dicionário, mas assim passamos uma tarde; Olhando pro céu, para as coisas e para o nada!
E o tempo passa mesmo às pressas. Um pedaço de mim ficou mais homem. E a dádiva eterna se mantém por ser mais que um irmão. Mal sabíamos que iríamos encher a cara no fim de semana sozinhos, e rirmos dos outros e de nós mesmos.
Nada mais a dizer!
É que em minhas noites agitadas ainda me encanto com aqueles novos olhos. O brilho daqueles olhos me toca fundo e eu com minha palidez toda, não tenho essa coragem de dizer.
A coragem se perde entre tantas outras vontades, e outras linhas. Aquele que ainda me atormenta na indecisão de estar ou não, mesmo na idéia de estar colaborando involuntariamente com uma mentira. Atormento maior começa agora, de tantas as coisas a fazer, a pensar, a escrever e organizar.
As vezes duvido de mim. E na maioria das vezes desisto de tudo que acreditei na busca constante de novos conhecimentos e aprendizados. Talvez seja mesmo errado essa minha forma de ver o mundo e seus conceitos, onde meus conceitos se opõem daquilo tudo que era. Talvez não era para ser assim. Talvez esse testemunho seja insignificante e talvez como um espectador, seja mais insignificante ainda.
A luta inútil de meu coração que trava por tudo aquilo que não pertence ao meu mundo.
E ainda me pergunto se é possível não enfiar o pé na jaca?
Bem, isso é uma coisa que me enche de culpa. E fico culpada. Um copo sempre pede mais outro, que pede mais uma garrafa e mais uma, e mais tantas outras. Sem ignorar obviamente a saideira. Eu sei e você sabe que ela leva no mínimo três horas. Depois da culpa toda, ainda queremos cafuné.
Isso tudo nos leva numa melancolia interna. De repente dá vontade de mudar o mundo, e dá vontade de cortar os pulsos, porque existe ditadores no poder; Porque terroristas ganham cada vez mais adeptos; Porque cidades inteiras são riscadas do mapa pela fúria da natureza. Porque ainda centenas de milhões de pessoas vivem abaixo da pobreza absoluta e porque surgem novas doenças.
Mas é feio assumir a preguiça do mundo pensar melhor e deixar a vontade de tacar pedras passar.
E este é o retrato do mundo que vivo?
Claro que não.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Amadurecendo

Desta vez não queria escrever. Não queria pensar em nada, e não queria ser nada. Não hoje. Mas talvez não seja isso.
Nessa ociosa contagem, já se passaram trinta dias. Trinta insuportáveis dias. Sendo mais um número na lista de desemprego. O prazer já no tormento, se tornando cada vez mais um símbolo do inferno e desinteressante. Cada dia, a luta com a assustadora esperança.
A esperança talvez seja o meu pecado maior.
Passeando involuntariamente essa semana pelas ruas e avenidas da cidade, como se fosse uma obediência, encanto-me e comovo-me com tudo aquilo que foi criado por Deus e pelos homens. Ou, pelo menos as palavras e os fatos modificam o meu pensamento nesse momento de passear. Mas não é só isso.
Comovida por um manifesto visto numa dessas avenidas em que passeava, observava de uma maneira absurda todas as pessoas a minha volta. É como se eu fosse o centro da atenção naquele momento e tudo ficasse de uma forma mais lenta naquele observar. Aquele movimento louco de pessoas tão superficiais, nessa sociedade vivida somente por aparências. Todos ali, juntos, mas tão individualistas. Brigando por algo que deixa em alerta a escuridão da ignorância.
Eu sacudia a cabeça, pra ver se entendia. E não entendia.
Na verdade, é porque é tempo de eleição. É tanta afetividade, que quase acredito que eleição pode ser uma época muito boa para quem tá carente.
Como se não tivesse mais nada relevante para fazer, leio. Leio tão absurdamente que estou começando a enlouquecer. Risonha pela minha única riqueza, e humilhada por ainda não ser uma flor. Confusa, infeliz e feliz; me tornando um menina odiosa.
Para aquilo tudo que definitivamente faria um dia e um futuro mais bonito, a confissão de uma conversa transforma monstruosa essa vida.
Nesses últimos trinta dias, meu mau humor aumentou numa velocidade destrutiva numa briga de duelo entre mau humor e ansiedade. É o mal de uma sociedade industrializada e comercializada.
Há muita coisa que me incomoda. O ar que respiramos tem-me incomodado. Não só porque fumo. Mas porque também há quase trinta dias não chove.
Entre algumas coisas que pude escolher, o pensamento me ocupava. E voltei à sete anos atrás. Foi talvez, por tudo que pensei, respirei e bebi; misturei um conjunto de coisas. Na pressa, acelerei meu coração, retroagi e pensei. Da mesma forma que a boneca aqui pensava, eu pensei. E me via em desespero, indigna na frieza de minha compostura de boneca quebrada.
Foi apenas um momento.
Resolvi me manter ocupada, na ameaça do pecado por ter nascido cheia de erros a corrigir.
– Aqueles olhos ainda me chamam! E o futuro ex mantém-se indeciso.
Parece historia: querer ser quem eu era, e não me decido nunca por qual de mim eu não posso ser.
Difícil. Eu, tão branca e pálida, com os olhos ainda abertos naquela madrugada. Sem perceber eu já não era mais um moleque, porque eu não era um moleque. É que não me lembro. E não consigo imaginar com que palavras de criança teria eu exposto um simples sentimento.
Mas pela moral oposta, acordar o gigantesco mundo que dorme é um risco.
Porque é sempre assim? É só um serviço/benefício se popularizar, para as pessoas de poder aquisitivo ficarem com desgosto porque a sociedade está acompanhando o seu nível, que eles inventam um beneficio menos acessível.
A diferença (desigualdade) vai sempre existir, e adivinha onde? Num pesadelo! No qual, sorrir sempre fará parte do show.
Alias, não me importo nem um pouco do barulho que tenho feito, seja de minha música ou de meus pés. Ainda abro minhas garrafas, encho meu copo e tento me refugiar no meio de meus iguais: As crianças. E com elas, entre paredes vermelhas, num ambiente que eu desconhecia, todas ali com os corações imprudentes, como se estivessem num parque de diversões. Bebiam, comiam e cantavam do pecado.
No meu ruído e silêncio. O raro fato acontecia: Chovia! Caminhei na ponta dos pés e resolvi tomar um banho de chuva. Duas crianças seguravam minhas mãos, falavam de coisas que sempre ouvia meu nome. E molhava meu rosto na chuva. Num arrepio, concentrava-me inconscientemente naquele sorriso e no meu repentino silêncios.
Bem devagar, acordo, levanto. A brisa que passou pela porta, pelos punhos, pelo impulso de correr. Sonâmbula, em boa companhia o tempo passa,e meu coração com sede.
No meu trago o susto anterior. Esperançosa sempre,descubro algo. Como quem descobre um tesouro e disfarça: Preciso parar de beber.
Precipitei-me. A idéia era outra. Isso seria o castigo da tortura eterna de uma punição.
Hoje me entupi de café, talvez para me manter acordada. Sem compreender. Fraca, invento toda trêmula a cura para o mal. Sempre fui uma menina muito curiosa, e para minha palidez o tesouro está escondido onde menos se espera.
Numa antiga arrogância, não basta onisciência.
É, é difícil me amar.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Se eu era inteligente, eu não sabia

Não pude esperar! Estava morrendo de cansaço, isso desde meus erros cometidos e minhas preocupações em genuidade. É que esperar é quando se aguarda por algo que pediu, ou que foi pedido. Não tendo muito que fazer, faço sempre uma espécie de exame, que pode ser chamado de exame de consciência ou de auto-exame.
Para me divertir, e divertir-me, lamento não só do que posso questionar e reclamar, mas lamento daquilo que era uma descrição e por acaso se corrompe no que parece todos os dias.
Como sou o contrário, para inventar tudo aquilo que não quero, aproveito a façanha para confessar-lhes algo: Sou alcoólatra. Por surpresa, não divulgo simultaneamente um sorriso vago. Tenho mostrado uma cara feia, de raiva, de raiva e de raiva. Tenho me entupido da fumaça de meu trago, andado mal humorada e desta vez meu mau humor tem sido constante. Desta vez também, não deveria contar, mas não quero mais segredos, porque é como se eu soubesse toda a verdade e finjo-me de ingênua para pegar o encantamento de algo que apenas seria.
A verdade, é que chateio comigo mesma, e para às vezes escapar abro garrafas e encho o copo. O chateamento maior, não é desse espírito e estilo de vida que tenho tomado. Nos últimos setes dias, foi-me bizarra as histórias por qual vivi.
Eu só queria beber todo mundo e só não queria ser ninguém hoje. Mas sou. E ainda sou. E ainda sei que a cura para os males da vida e para a vida caótica não entra nesse copo.
Confusos, perturbados seguimos como se de modo assim devêssemos ser.
Triste essa minha abstinência para um mundo melhor. Tento contar toscamente, mas nem sempre sei dizer. Concentrada naquele rosto que me distraiu e quase sem pensar – era tão bom. Mas a realidade é outra.
Depois de reunir a boca num beijo de uma tarde tão bonita, onde o sol transformava e a vida ali naquele instante inteiramente nova, e inteiramente velha.
Num equilíbrio frágil, eu era a outra; a substituta. Se for isso que os - tornam mais homens. Logo então me sinto menos mulher. Logo me sinto mais mulher. Que logo me encho.
O coração batendo fundo, sozinho no meio dos outros, não fora recentemente esse acontecimento. E me assusta recordar-me do anterior a este, como uma estátua de mulher em pedra, isso nunca tinha me acontecido.
Tenho me sentido mal. Minha cara e meu corpo inchado. Meus impulsos repetitivos. Confusa nessa inocência corri para o abraço e abri mais uma garrafa.
Talvez, o espaço em branco, ainda seja mais espaço, e ainda seja mais branco. Essa semana, por instantes (e pouco, digo) alimentou um pouco os meus sonhos. É que num dia estava empregada e no outro, meu caminho foi incerto para ter que esperar.
Não pude esperar! Daí, o engraçado foi ter que me virar. Mas me viro bem! Não sempre, mas encarno-me. Essa minha mania de prestar atenção demais nas coisas em algum tempo, de observar, acaba sendo voluntariamente uma intrusão de um possível mundo. Mas vou conhecendo casualmente em meus deveres, e em meus possíveis prazeres. Com o ponto-de-vista agora talvez mais prático, fico paciente. Perigosa é essa coisa do observar, pois sempre termina na sua própria auto-acusação. Com curiosidade procurarei não imaginar mais nada, para não arcar com o peso. Se isso é fino, começo sentir.
Hoje e ontem eu não fiz nada, e também não fui nada. Daquilo que não cumpri porque perdi a hora e dormi um pouco mais. Não como uma desculpa, mas talvez porque na noite anterior tinha posto à mesa com uma sóbria companhia mais uma garrafa.
O telefonema que eu recebera daquele que salvaria minha noite deve ter se desmotivado com o tom de minha voz. Espantei-me com o que vi na televisão. De um perfume cujo cheiro não é tão discreto imediatamente fumei!
Alimentei a fé no resto de domingo vago assistindo desta vez a celebração do padre. E também desta vez sem o álcool. Gozado que quando pus os pés na igreja, a primeira coisa que pude pensar e solicitar ao papai do céu foi sabedoria.
Essa vida tão mal intencionada e tudo que quero é sabedoria. Talvez precise conversar mais com Deus. Ou talvez, devamos imprimir em cartazes bem grandes a esperança por uma moral.
Talvez devamos também prosseguir viajem.
Percebo que nunca fui eu própria, e tenho sido essas encarnações e intrusões aí ditas. Mas percebo também que não é só isso: É que não sou uma pessoa.
E quando esses meus fantasmas me tomam, esse encontro é uma festa, que choramos uma no ombro da outra.
Agora sou pálida, com uma pintura nos olhos, piso mais forte descalça ou com os saltos. Isso é o que parece. Isso é o que pode parecer. Isso é o que parecia. Inútil! Revolta contra o que me tornei. E essa minha tal força usada pra ser frágil.
Não, eu não estou!

terça-feira, 22 de julho de 2008

Insight

Vagamente consciente. O coração ofendido tantas às vezes nessa minha delicadeza de ser uma pessoa. O homem por natureza não perdoa uma mentira alheia! Eu, encho meu copo, trago do meu cigarro e rio mais alto. Orgulhosa dessa diferença, analiso os lugares que estive por esse dias. Essa contagem de dias ainda é engraçada, mas percebo a facilidade drástica para mentir.
O movimento bagunçado de pessoas vagas ou não são repetitivos. Acreditar na sinceridade ou na mesquinhez é frutos da imaginação. A princípio, dizer-lhes sobre minha angustia, é a mesma coisa de correr para o abraço. E assim foi feito.
Engolida emocionalmente a alegria e a tranqüilidade se manteve.
Para provocar novamente a angustia, caminho nas calçadas molhadas do centro de minha cidade. Não sei se de hábito, ou simplesmente comum, mas percebi que todas as calçadas por onde passava estavam molhadas.
Admirada e bela, caminho. Ao meu redor, a busca incansável para o consumismo e para os consumidores. Mas por vergonha recordo-me de meu ‘apelido’ ganhado casualmente por pessoas amáveis, mas são como aquelas crianças birrentas, que gostam de cutucar um ponto fraco, ou diria melhor, uma falta de atenção. Isso só por levar simples e instantâneos tropeços. Tropeço! A sintonia disso tudo, é porque misteriosamente tropecei. No deslumbrante salto sobre as estranhas calçadas molhadas do centro de minha cidade.
Ocorreu e mudou numa velocidade absurda o meu modo de vê caída ao chão.
Para disfarçar o aceleramento de meu pensar e de meu coração, estirei-me com prazer o meu corpo no gramado do parque.
Procuro sempre olhar para cima. Mas a maioria das vezes, faço isso em movimento seja andando, no carro ou no ônibus.
A angústia e o vácuo voltou-se ao observar o céu, dessa vez de uma outra maneira. Mau conseguia perceber a urgência de nossa terra em total abstinência. Via aquele céu, nem tanto azul, e nem tanto cinzento. Sentia o cheiro incomum de nossos ares, e ouvia o som das encantáveis águas que dançavam no meio de tanta manipulação e ausência.
Passamos uma parte de nossa vida sendo enganados, tendo impulsos cômicos de nossa evolução e crescimento social que passamos naturalmente a enganar. Mas isso sempre ocorre despercebido.
O fato é: Que Maximo! Cada um liberto e sozinho; temporariamente felizes temporariamente tristes. E se alimentam dessa fome sem vergonha, porque assim é que foi lhe ensinado.
O ideal os – sufoca, e meu coração se ofende mais uma vez.
Bem, não era bem isso. Confusa e onisciente ainda admiro-me do acontecimento que me fez acelerar e quase parar o coração. Aqueles olhos talvez cheios e talvez vazios na idéia nada santa.
Observo e faço o meu barulho. Incrédulo, desastrosa, estendo-me; Num momento de vacilação senti a experiência de minha primeira futura ruga.
Na possibilidade de erro, fecho os olhos. Desde então, na inevitável experiência procuro raciocinar.
O papel em branco sempre me assusta, mas continuo inventando minha carne dentro e fora de você.

domingo, 20 de julho de 2008

Percepção

Vinha eu assim distraída pela vida. Caminhando com minha rotina acirrada e decorada. Com todas as fragmentações da vida, justo naquele dia, estava eu distraída. Dentro de trânsitos caóticos, embutida de miséria e luxúria, estava eu: Distraída. Não poderia, além de estar cansada por ‘massacres’ diários que punham no caminho. Estava em dia de glória, sendo uma coisa rara.
Não me intensifico nessa minha tal raridade. Mas por puro carinho: Observo! Observar é ser livre, sejam de seus anseios e conceitos. Observar é para poucos.
Fui percebendo que também estava sem esforço algum percebendo o que estava a minha volta. E enquanto ia percebendo era quase palpável essa insana ventura. Sem receios, sem regra, ou preciosismo. E sem o menor senso de superioridade ou igualdade, em instantes via-me em pânico.
Só porque te olhei.
E controlava-me para não dar um grito. Sentia que naquele instante, que meu coração parava. Era quase como se eu já o – entregasse ali, nu e cru. Quase corria de medo, e totalmente cega entre as pessoas que me cercavam e me rodeava, eu quase não queria mais ver. Mas calmamente me coração calava-se. Perplexa, continuei a viver. Ilogicamente um nexo me ligava a minha distração, aquele olhar e meu desespero em silêncio. Não costumo ser o tipo de ‘gente’ que precisa ser lembrado das coisas. Mas quando isso acontece, revejo-me em conceitos. Mas nesse temor que estavam tentando me lembrar de algo, se no acaso distraída, admirada ou em desespero não conseguiria por mais tempo manter a linha de raciocínio. Não conseguiria.
Não esqueço daquilo que é sangue, daquilo que é carne e daquilo que é emocional.
Continuei indo por aí, em segredo, calada. É porque sempre tento chegar pelo o meu modo. Já estava entregues aos ‘nexos’, podia a vontade e sem restrição, encará-lo. Não pensando que estaria pronta para minha própria imaginação. Aquilo que não era meu. Não era. Talvez, seja preciso que digam e me gritem com mais brutalidade: deixe de lado essa teimosia.
No encanto, sustento a idéia que foi-me pega em surpresa. Surpresa agora que vos - digo com muita ironia, sou possessiva. E nada disso me possui. Talvez o desespero se mantenha aquilo que é novo; Aquilo que é desconhecido. Talvez essa minha natureza seja errada, ou talvez ela seja certa. Talvez eu ainda seja delicada demais. Talvez eu estivesse somente distraída, querendo compensar uma terra menos violenta. Só porque te olhei! E por enquanto ainda olho, admirada, porque o jogo de minha vida é sempre o contrário. E enquanto eu inventar dá os teus olhos de menino a mim.

sábado, 12 de julho de 2008

Voar

Nas incontáveis formas de se divertir.
Dá-me os teus olhos de menino! E por imoralidade nossa farra ilegal.
Vivendo por aí, a procura de coisas diferentes. Só respirando, só vivendo.
Intensa e abarrotada essa vida: colorido o preto e o branco, o moicano, o salto alto e as camisas pretas.
E penso mais de duas vezes.
As seqüelas de discursos fáceis.
O meu estado de espírito num mau humor disgramado. Para garantir minha sanidade mental, resolvo como sempre correr meu risco.
E o frio que dá na barriga quando se ousa fazer algo inusitado é impagável. Seria muito mais confortável estar em meu terreno pré-visto.
Danada essa ventura. É que sou uma só. E tem sido tantas as coisas.
Mas para uma boa e boa imaginação, fico descalça o resto da noite, e peço para que leve um bocado de mim...

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Rezas

Segue:
Não venho por meio desta e de tantas outras linhas que virão aleatoriamente tentar decifrar-me de alguma certa maneira, mas descubro e dissolvo-me naquilo que aconteceu agora. Descubro como quem descobre que a terra que piso hoje é a mesma que me cobrirá algum dia. E com a cara de espanto e de curiosidade, descubro que a contagem de setes dias de uma semana pode mudar tua vida.
A última foi-me pega com surpresa. E teve direito até o confeites e bolinha vermelha para colocar no nariz. Me divirto com meus próprios conceitos, porque confesso que adoro brincar com nariz. Mas, deixemos um pouco de lado esse gosto pessoal, até porque prefiro narizes ‘sem mascaras’.  Surpreendo-me diante a leitura que faço do jornal que era noticia ontem. E começam disfarçadamente a manipulação política. Não era esse o foco desse contexto, mas durante esse percurso pensamentos ilegais, a condicionar aquilo que posso chamar de estado de loucura.  Loucura acima de tudo é continuar a fazer pensamentos impensáveis.
Só porque hoje eu queria ser ninguém!
Daí vem o peso de tantas outras coisas pelas sombras acolhidas.
Nessa vida tão urgente questionam apagões. Numa romaria barulhenta e nada santa.
O caos do caos.
Interrompo-me, porque não é essa a atenção que quero chamar.
Por criar incansavelmente o cheiro daquilo que ainda não pude sentir. Por sentir a boca molhada daquele que ainda não beijei; Bebo algo gelado. Trago do meu trago na delicada embriaguês, e filosofo sobre o nada.  Decifro-me e dissolvo-me naquilo que não era meu. Só porque te olhei! A culpa pelo pecado original. É assustador! É coisa de bruxa. Tarde demais para nos tornarmos santos..

domingo, 29 de junho de 2008

Contadores ..

.. que pela voz que soa suavemente e ironicamente essa dose de consciência, meu apelo vai mais uma vez ao eu.
Estranhamente, tenho feito idiotices.
E na sensata e pura inspiração: idiotices são feitas por idiotas, e os idiotas são os que fazem idiotices.
Tenho eu, nessa vida ao acaso, vivendo por aí e por lá sem pedir muito e com muita consciência da consciência.
E peço sempre força, para nem se quer perder os passos.
E passo – a - passo, não adianta nem se quer calçar os sapatos, sejam eles novos ou velhos.
Pois para manter-se em espírito único, os pés mantêm-se no chão.
De tudo que está; que é, e pertence à terra a voz loucamente louca canaliza a consciência.
Não é preciso me lembrar de tudo que é sangue e de tudo que é lenda.
Tenho sentido ultimamente que algumas coisas perderam o sentido.
Casualmente, minha verdade, e minha cara nua pensavam que eram mais fortes.
A fraqueza sempre ocorre em segredo. Andando com o coração fechado, insulto e ferido.
Pensei que fosse fácil.
.. Pensei!
Dentro de idiotices, dessa vida não se leva nada não. O poder de quem ri hoje, e chora amanhã.
Entrelaço minhas próprias mãos, e nesse laço, faço um laço e logo desfaço.
(23/06/2008)

sexta-feira, 9 de maio de 2008

domingo, 4 de maio de 2008

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Justificando

E meus deveres justificam minha e minhas ausências..
ao que importa, e ao que é importante..
a saudade não se limita em meus sonhares.. e em meus tragares..
trago do vício, e da vida.. em si, tenho a nostalgia...

quarta-feira, 16 de abril de 2008

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Arco

Equalizo minha nostalgia
E os mosquitos me seguem em má sintonia.
Do que era importante,
E do que importa mais.
E nesse mundo importado
Meu ego espatifa-se mais uma vez.
Mas caio singelamente
Pois espiritualmente, meu eu é mais meu.
O coração quebrado tantas vezes e minha alma
Passeando em algumas esquinas
Os olhos fechados
A mente aberta
Diante as forças que ainda obtenho,
E nas cores de um arco em aliança
O preto e branco em algumas lembranças
Mas mato a mosca porque o vermelho é vida...

domingo, 30 de março de 2008

Respirando


Analiso minha alma.
Que dentro de todas as coisas que me cercam
Realmente nada me possui.
Por aqui, o eloqüente esquecimento de não esquecer.
Observo; sinto o cheiro.
Analiso minha alma.
Dos abraços que pude ter apenas um me satisfaz e compreende.
Na doçura e na amargues
Nada se perde, pois nada se tem..
E se nada.. Naufragar é mais convincente.
As defesas e inseguranças numa única linguagem. E por aqui, se pode falar qualquer língua, mas a compreensão é única.
O que alimenta e sustenta nossa vida é uma questão.
Enquanto e por enquanto,
Analiso minha alma.
Não é e nunca foi a das melhores,
Mas confio naquele que não vejo. Pois a fé fortifica!
Nos tragares que me despeçam
Entre copos cheios d’águas
Analiso minha alma..
Soberana e calma!


quarta-feira, 19 de março de 2008

quarta-feira, 12 de março de 2008

Espelhos pensantes



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E dessa vida, não se leva nada não..

Quem espera, cansa..
Fica na ânsia, na estância e distância..
Por mais que teu espírito mantenha-o em pé.. Se o teu corpo físico não acompanhá-lo, ficarão sempre em mundos e vontades distintas.. a sombra a ti pertence!..
.. Mas o espelho degenera pela diferença e desigualdade aquilo que você acha que é.. E aquilo que você realmente é..

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quinta-feira, 6 de março de 2008

Certamente

Sou errante!
E nas buscas que aleatoriamente faço, continuo.
Minhas diretrizes me indicam
E nos caminhos que faço, a cada passo, compreendo.
‘ A fé alimenta minha alma’, e no zigue-zague..
Sou errante!
Do beijo que jamais provei igual,
Não tenho a mão para segurar.
E do abraço que fui capaz de sentir, hoje me curo da nostalgia, e do pecado.
Diante o perdão
Sou errante!
Sou pensante!
E de tanto ser, perco a alma. Perco a alma.
E a senhora calma distraída nos seus afazeres
Agora,
Faço café. Sirvo café.
Sou errante e sou errante.
Bebo do café e conto minhas moedas..

Não sei o que será amanhã
Mas sou incapaz de esquecer meus ontem’s.


sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Diversificando-me

A partir de agora, vou observar mais.
Confesso que já tenho apego pelo o mesmo. Mas preciso observar um pouco mais além.
Agora, onde estou não sei bem, pois ao local que me encontro não me convém.
Simplesmente e casualmente a busca daquilo que me remunere de uma maneira sustentável. Admito que nesse observar, sei bem que vivi durante certo tempo, admito mais ainda que desde anteriormente, é um lugar difícil de compreender.
A partir de agora observo.
Observar também é pensar; Observar também é respirar.
A partir de agora, continuo respirando. Olhando.
Onde aqui é conforto para muitos, a mim um tanto desconfortável. Aqui, desigualdade, arrogância, poder, luxúria e artificialismo.
O que me contém é para eu mesma. Sou um inseto ambulante e rotulado, que aqui respira e observa alegremente no espírito.
A partir de agora, continuo..

.. Preciso lavar as mãos..

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Alimentando a criança

E a sensação que tenho desde pequenininha continua:
A que as pessoas não são exatamente aquilo que elas dizem que são e nem sempre sentem aquilo que elas dizem que sentem.
Perturbo – me com a idéia de que as criticas só dão verdadeiros bons frutos, quando são feitas por amor.
Sempre tento lembrar aos homens que a arte sempre nasce de uma emoção individual, mas só ganha algum sentido, alguma força maior e permanência quando fala coisas que tem haver com a humanidade.
Ser humano. De tanto ser, sou humano!
Ser idiota. De tanto ser, só sou idiota.
Desespero-me. Mudo tudo. E mudar, anda por aí sendo ‘moda’.
Que nos perturbes de meus vinte e dois anos de sonhos a sensação que ainda tenho desde pequenininha continua.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Observamento

Eu só queria estar ali.
Todos estão por aí, procurando coisas diferentes. Ou procurando nada. Mas no subconsciente, quem realmente procura, acha.
Por enquanto, observo. Gosto de observar.
Tanto seja a vida diurna, quanto à vida noturna, as ‘coisas’ fielmente não param. E numa vida tão urgente quanto a nossa, não parar é verdadeiramente muito busco.
Por aqui, o engarrafamento acontece a qualquer momento: de dia, engarrafam-se as estradas. E a noite, engarrafam-se os bares por aí.
Diversificam-se muito. Numa ‘procissão’ nada santa e bem barulhenta.
Por enquanto, enquanto observo só respiro e vou vivendo e filosofando.
E eu, só queria estar ali.
Entrar num canto, continuar respirando e pensar sobre o nada, e falar sobre o nada.
O nada, também é interessante.
Enquanto todos estão por aí..
Só queria estar a sentir o cheiro, e respirar.
Não quero os olhos, nem atenção.
Sem buscamentos, enquanto todos procuram algo diferente,
Eu só quero estar ali.

As bruxas estão soltas..

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Revir-ando

Tenho andado por aí dizendo coisas sem efeitos, e causando cada vez mais, defeitos.
Que pelos intermédios da vida, não há remédio que cure de imediato este mal do tédio.
Tenho andado por aí, um tanto entediada.
E deixando por onde passo, vestígios de mal humor.
Eu, como digno de ser um cidadão que não sei se comum, tenho andado na fúria dos ‘desesperos’;
E penso nisso cada vez mais constantemente, por que o mês já está no meio, e perto do fim, para mais um início de outro mês.
Percebo, que tenho andado não vivendo como devia.
E percebo que o que devia, já passou.
Tenho andado por aí.
Indo, não se sabe onde, mas vou!
E continuamente tenho andado. E assim pré-ocupada e preocupada com uma porção de coisas, que é só mais uma porção..e rapidamente deixam-se de ser coisas... Tenho andado assistindo a muitos filmes. Já se foram tantos que nem se quer me recordo os nomes.
Tenho andado por aí, perdendo a memória. E tenho recuperado um bocado dela, nos dias de glória.
Tenho lido muita notícia talvez me atualizando, ou talvez só dando uma atençãozinha para os quatros cantos do mundo.
Tenho comido mal, dormido mal. Mas tenho visto o sol se pôr e a lua em suas noites celebrantes mesmo que entre prédios, poeiras e avenidas.
Tenho visto uma bela sintonia entre a água cair do céu e a de meu pranto, ambos tapam buracos e bueiros.
.. Continuo inconsciente a andar..
Ando por aí, dizendo coisas sem efeitos
E tenho andado sem saber o que falar

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Cometendo erros

E eu realmente só queria um pouco mais de alegria.
Não sou nada que vem ao acaso, sou a ansiedade pura. Tenho alma. E de tanto ser e ter, não tenho calma.
Liberto a insana e cansada mente no meu tragar, e é nele que me apego.
Não há à quem eu possa pedir para segurar minha mão, e a nostalgia se alimenta aqueles abraços.
Meu espelho, me tem cometido vários defeitos, seja de cara lavada, ou de cara pintada.
Para alguns sou uma vitrine ambulante e mal humorada que ainda seguem os ‘divinos’ rótulos. E para alguns outros, não sabem o que sou. Por que simplesmente, não sou.


E eu realmente só queria um pouco mais de alegria.

Em um lugar onde não deveria haver surdos, mudos e cegos, tenho o contrário do que foi citado.
Normalmente, acredito muito, e depois sonho.
E normalmente, me encho dos porquês.
No imaginário, solidão. No irreal, solidão, e as utopias entopem minhas veias e minhas artérias. A surdez, a mudez e a cegueira e as contas pra pagar aumentam!
Me re-componho, mas ainda tenho resíduos de angústias e depressões. A louca vontade de se destruir e gritar para ver se alivia só não se mantém, porque creio!
E o que realmente quero, é uma pouco mais de alegria.

O choro é o consolo, o grito! E nele re-encontro a criança.


quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Esse foi o fim

Bem, pra começar por assim não começo do começo até porque o fim tá por ai.
E por aqui, as minhas angustias.
É.
É sempre assim! E o que mais me deixa inconformada é q nao aceito-as.
Não mesmo.
Os natais perderam as essencias, e os fins de anos se masteriza para os proximos que ai de vir. Eu, verdadeiramente tento de coração e de alma me encontrar, mas não só nos fins que sempre vêem.
Não!
Ate nos 'textos' que insito em escrever, tento por assim me encontrar. E não encontro. Não encontrei ainda.
Mas não fico de certa forma decepcionada.
O que me arruína sempre, são minhas angústias, meus mau humores, e minhas ironias
.
E o q me fortalece? Saber perfeitamente que tudo vale a pena se a alma não é pequena.
E não digo issso só pela inspiração absurda e admiradora de quem assim admiro.
Que pelas metamorfoses da vida, corro demais. E sem caminho tão certo a seguir-se ou a pecorrer continuo, e os pulsos ficam pro final. Não sei se a desculpa ou de repente mais um porque se esclarece no 'inferno astral', ou na bendita tpm.
Utimamente tenho feito exames de consciências e não tenho tido mto sucesso, mas é sempre assim: O sucesso nunca é tão rápido.
Mas, ser mais estranho sou eu! Onde o que constrói em mto tempo, destrói-se assim em segundos de instantes. E já que nesse instante tento, e fico na estante de mais alguns, e no coração de outros.
Amo sinceramente os corações e as boas almas d'aqueles q admiram-me, e por ficar tão estreita e tão extenso o mundo que realmente não compreendo.

Hoje fico no silêncio, o silêncio único de minha alma e de minha aura.
O que pertuba-me nesse silêncio: o barulho inquieto de meu pensar.
E descubro algo interessante0 que já não é tão novo: Devo usar uma camisa de forças!
Onde está a saída de emergencia?