Eu casaria com você. Talvez numa praia ou num jardim cheio de flores, ou até mesmo no mais tradicional da igreja. Talvez agora soe um pouco lúdico falar-te de casar-se. Mas casaria sim. Mesmo que fosse por pouco tempo, por uma semana, por um dia, por uma hora, ou por toda a vida. Não falo isso por causa do desejo. Conheço bem do desejo, e depois de encontrar-te a cada dia, percebi que não era simplesmente desejo. Não falo isso somente por que é sonho de toda menina, casar-se com todo o tradicionalismo possível; Falo isso por que nunca fora sonho meu casar-se. Era aquela coisa da independência feminina e da modernidade toda que cercava. Mas com você casaria, e usaria um vestido de renda no tom creme, feito por minha amiga e futura estilista A.Tristão; ela que entende bem da costura, das linhas, dos tecidos, e das histórias de todos eles e de entende de meu estilo, saberia colocar-me no sonho das rendas. Usaria luvas rendadas, por que moça com luvas fica extremamente delicada e elegante; talvez não fizesse nada de diferente em meus longos cabelos. Deixaria o mais natural possível pra ti; Da mesma forma que me viste a primeira vez.
Não falo isso por causa do excesso sono, e nem por causa da saudade que hoje ainda carrego. E não falo isso também por parecer extremo romântico. Não, isso é realidade pura. Acredito que o mundo não precisa mais de mentiras.
Não falo isso por estar sentimental, nem pelo excesso de cafeína ou do vinho nos últimos dias. Pode até parecer insano dizer-lhes, mas não é. E de repente torna-se ao lembrar-me de teu olhar ao meu, e ali, você admirando, dando um pouco do teu mundo no teu olhar... Como se ali mesmo fosse o dia do casamento, e logo em breve estarei carregando o teu nome em honra e memória de meu amor; e logo, ali, entrando no altar seguindo a direção de teus olhos exatamente como agora, como em minha eterna lembrança. Parece insano por que insanidade é como a coisa do não pensável, do não racional, mas informo-lhes que racional é o que demais sou.
Eu casaria com você.