Eu queria não estar assim. Mas não estou. Só agora que penso assim, fico assim e estou assim. Só agora.
E vejo meu eu brigando com minha emoção, com minha razão, com meu nada. E vejo você, que tão pouco me conhece e insiste em me rotular e em me confundir.
Daria nada para saber o que queres dessa vida. Daria nada, nada mesmo por que nada eu tenho. Só a mim mesma, tentando de alguma forma ser diferente, no meu possível modo intelecto.
Mas me magoa olhar tua verdade tão reprimida, tão medrosa de si mesmo, tão... Tão insegura que apesar de tua força externa, és sensível.
És singelo com os passos. Mas quase que nunca olha por onde anda, age assim, por acaso, aleatório e quando olha, encontra-se perdido. E se perde ainda mais naquilo que queres.
Difícil. Difícil mesmo se encontrar assim, pois nem sabes bem o que mais queres. E se sabe, não demonstra: camufla.
Daí surge um pergunta discreta:
O que queres? O que queres se não só viver procurando algo? Fica aí se escondendo em algo, achando que nunca está certo; que nunca está errado. O que queres sabendo o que vem do outro lado de quem te olha? De quem simplesmente te olha.
Desde quando te conheci, só vejo-te assim: brigando consigo mesmo; Confuso; mostrando e sendo o que poderia ser e que não é. Hora atento; Hora dormindo. Hora, oras... o tempo.. Ninguém o-percebe. Aproveita-te o tempo! É só isso que você, que ele, que ela, que todos os outros precisam: Aproveitar da maneira mais simples a própria coisa rara.
Eu sei, todos desejam um ser humano só para si, mas depois que os-tem, não quer mais ter sentimentos. E ai: explora-te a mente quente, fria, morna e risonha, seca. Obstinadamente efeite-a. Qual o teu maior desejo além de ser feliz?
- Arthur enquanto dormia, não fazia careta, não roncava, não babava, nem sonhava.
- Cristina ao teu lado atenta, esperava resposta.
