terça-feira, 15 de setembro de 2009

Sobre os reinos

Perfeitamente insensato, ali, tenho carregado o mundo nas costa através dessa janela. Se tu não me abriste ainda a porta, aqui estou sentindo perfeitamente o cheiro de teu suor.
Se ainda houvesse reinos, estaria agora num castelo pobre abandonado olhando pelas janelas grandes e imersas esperando por ti, junto ao teu cavalo. Mas o reino que me encontro e vejo, é ao contrário: é dessa multidão que segue para frente e para trás... Severamente indivíduos individuais inertes, intangíveis à alma. De certo, nesse novo reino moderno, todos carregam a filosofia como jóia rara, jóia cara, como o “carro do ano”. Mas quero dizer que a filosofia é um embrulho amassado, jogado no bolso da velha calça jeans e lembrada às vezes para dar um parecer.
Da janela me ponho a imaginar ao meio da multidão embrulhada, embutida, em massa: É sempre engraçado andar sem rumo entre pessoas com rumo. Poderias eu, fazer um crítica exigente a minha obra, mas você é de lá, da terra desenvolvida e dos melhores vinhos, de lá onde a roupa de inverno é moda o ano todo, de lá onde já lutaram pelo poder, pela história, pela liberdade e pela arte. E ilogicamente, surpreendo-me dessa janela de meu reino avulso e alvarás que tu, tão sábio e revolucionário não usaste de sua filosofia rara.
Todavia que deixemos histórias das histórias e filosofias de lado, mas história mais importante é a que tu foi capaz de fazer aqui com quem se sente nesse exato momento tola. Tola demais; por que é tolice acreditar no reino, nos castelos, nos príncipes e nos cavalos. Palpei com reverência teus olhos, tua boca, e as folhas que agora caem da árvore frente a minha janela. Elevei teu primeiro sorriso diante a mim, com imenso carinho acolhi tua palavra, acolhi tuas mensagens cercada com o fino gosto do amor e me recordei dos velhos tempos da velha poesia.
Apesar de ainda meus vinte e poucos anos, perfeitamente observo ainda por essa janela o reino que me cerca. A incurável pureza de minha alma não abandonas-me , e os líbidos sonhos desdenham toda a nossa atual hipocrisia. Sonhar ainda é belo, ainda é humano. Mesmo que lúdico, sonhar ainda é para poucos e para muitos também.
Mas sonhar puramente, é raro.
Tentando gastar minha poesia, minha energia, não altero se quer minha mente flutuante. Através daquilo que é extremamente natural a imaginação fértil, me traz emoção novas, cura as des emoções antigas, restaura velhos conceitos, faz surgir novos; fortalece e suporta a minha alma e fragmenta tudo aquilo que era certo. É assim: os fragmentos consiste através de sua confusão à nos mostrar novas saídas.
Erro meu! Bem que esses versos poderiam ter meu cheiro e meu sabor. Essas sensações e emoções somente eu sei que tenho. Como é doce e macio meu olhar ao teu. O verso de minha poesia soa bem. Mas eu queria convidar a multidão que observo dessa janela para estar em minha carne, em meus ossos, em minha pele, em minha alma e em meu coração. Creio que muitos sairiam a gritos e escândalos pelo o mundo a fora. Mas ao meu modo, apesar de meus vinte e poucos anos, sou de carne, osso e coração e não deixo de sonhar.
De sorte, que sonhos são melhores quando estão mais próximos da realidade, ou quando estão no “além de nós”: no espírito, com um canto, com cordas, os halteres, os violinos, os saxofones e as guitarras. Mas aqui, no reino ao contrário que vivo, tranquilamente espero-te, com seu cavalo invisível; Mesmo que ainda seja nesse lúdico e nostálgico sonho revolucionário e perfeito.