quarta-feira, 8 de julho de 2009

Qualquer carta de amor, é ridícula. F.P

É assim que podemos começar: Eu amo-lhe.
Amo, como quem nunca amou alguém. Como quem sente o amor entrando na alma; Sendo o próprio amor, sendo a própria alma.
Amo, como se já soubesse amar.
Como se soubesse a quem posso amar.
A quem posso amar?
A quem posso amar, já que eu tenho costume de deixar o amor aqui todo meu, Como se fosse algo totalmente proibido, e carrego numa caixiinha. Escondo. Numa pequena caixinha que carrego no bolso do casaco preto. Na bolsa bege ou vermelha. Carrego sem ninguém saber. Sem ao menos eu mesma saber.
Carrego nessa caixinha tão pequena, e tão sem cor, o amor da vida, o amor da morte. O amor. Camuflado em máscaras, em caixas, em vícios, solto pelo mundo. Solto; Liberto, como se pudesse voar.
E ousa-se voar. As asas do amor que ele ao tem; A graça de ser livre que ele não tem. E voa. Bate asas, para um lugar qualquer, para um mundo qualquer, para um canto qualquer.
Para um canto, onde possa verdadeiramente amar.
Essa é mais uma carta de amor. Uma ridícula carta. Eu amo-lhe.