quarta-feira, 6 de maio de 2009

Menina nostálgica

A nostálgica vida daquela menina atônita tende-se a seguir-lhe-á. Não que não houvesse não querer as detalhadas lembranças por perto, mas perecia que isso era o que mais lhe importava. E para ela, importava-se sim com tudo que se passou, era tudo o que viveu que a-fazia quem era, ou quem estava sendo hoje, amanhã e ou depois.
Ouvi dizer: vivia-se assim: embrulhada nos seus livros, nos seus discos, nas cores obscuras, na lembrança e embriagada. Fazia quase nada para perceberem quem era: era nostálgica, cética e misteriosa.
Pude por uma vez só começar a entender esse seu mistério, mas nunca consegui terminar. Sempre fora profunda aquela vida. Era um encanto: sua história, seu perfume, seu brilho, seu mistério e estranheza, com respostas para tudo. Mas quase nem sempre, era muda; E isso lhe havia um por que: assim como lia seus livros, lia as pessoas; assim como ouvia seus discos, ouvia as pessoas; assim como vivia as cores escuras nesse mundo tão claro e lindo, assistia as pessoas dispersas, tentando viver e se camuflando nos arco-íris modistas e influenciadores; Assim como engolia cada gole de tua bebida prazerosamente a deixá-la maltratada, alea, embriagada, engolia a cada gole a vida seca e sufil das pessoas. Engolia. Tentando matar da sede que tinhas desse mundo, das pessoas desse mundo e das cores desse mundo.
Mas isso foi o máximo que consegui perceber da menina.
Eu no meu atento incomum via que ela mostrava-se um tanto centrada, segura com suas opiniões e com suas informações.
Dissesse uma vez, fazendo discurso à mostra grátis, dando-nos palhas de sua mente brilhante, tristonha e nostálgica:
- As pessoas tendem-se a valorizar as cousas depois que elas passaram por ti. Depois que por certo, deixam de existir.
Isso na verdade é uma pergunta, pensara eu ao assistir o discurso.
e assim iria-se-a:-Por que as pessoas tendem-se a valorizar as cousas e o tempo depois que elas passaram por nós? Por que enquanto vivemos as cousas e o tempo, pareceu ser tudo tão ruim, tão doloroso. E doía a secura da vida, o não entendimento dos outros diante a nós. E dói a rotina escassa. E dói a quem nos-traíra, a quem fora desleal. Ma depois que o tempo e a cousas passam, vem-lhe a nostalgia. A vontade de ter feito valer a pena. A saudade.
Ah, é simples: não há se quer respostas que responda o por que. Haverás e ai de haver sempre: por quê?! Não há resposta que eu faça que responda. Por que enquanto eu falo, enquanto tento fazer-lhes pensar, pensar naturalmente no que passou ai de encontrar e despertar conscientemente ou inconscientemente as respostas que contemplam a si mesmo os seus por quês, as suas razões. As suas razões.
E calava-se no trocadilhar, porque achavas que ia-se longe demais de si mesma, que viajava em si e em suas perguntas e respostas.
E calada, sua nostálgica vida, vivia. Pouco sei dessa menina. Pouco, bem pouco.
Assusta-me a cara dessa menina no espelho. Assusta-te a vontade, mas não ai- de correr: A vida não é para correr. Ouvi dizer.