terça-feira, 22 de julho de 2008

Insight

Vagamente consciente. O coração ofendido tantas às vezes nessa minha delicadeza de ser uma pessoa. O homem por natureza não perdoa uma mentira alheia! Eu, encho meu copo, trago do meu cigarro e rio mais alto. Orgulhosa dessa diferença, analiso os lugares que estive por esse dias. Essa contagem de dias ainda é engraçada, mas percebo a facilidade drástica para mentir.
O movimento bagunçado de pessoas vagas ou não são repetitivos. Acreditar na sinceridade ou na mesquinhez é frutos da imaginação. A princípio, dizer-lhes sobre minha angustia, é a mesma coisa de correr para o abraço. E assim foi feito.
Engolida emocionalmente a alegria e a tranqüilidade se manteve.
Para provocar novamente a angustia, caminho nas calçadas molhadas do centro de minha cidade. Não sei se de hábito, ou simplesmente comum, mas percebi que todas as calçadas por onde passava estavam molhadas.
Admirada e bela, caminho. Ao meu redor, a busca incansável para o consumismo e para os consumidores. Mas por vergonha recordo-me de meu ‘apelido’ ganhado casualmente por pessoas amáveis, mas são como aquelas crianças birrentas, que gostam de cutucar um ponto fraco, ou diria melhor, uma falta de atenção. Isso só por levar simples e instantâneos tropeços. Tropeço! A sintonia disso tudo, é porque misteriosamente tropecei. No deslumbrante salto sobre as estranhas calçadas molhadas do centro de minha cidade.
Ocorreu e mudou numa velocidade absurda o meu modo de vê caída ao chão.
Para disfarçar o aceleramento de meu pensar e de meu coração, estirei-me com prazer o meu corpo no gramado do parque.
Procuro sempre olhar para cima. Mas a maioria das vezes, faço isso em movimento seja andando, no carro ou no ônibus.
A angústia e o vácuo voltou-se ao observar o céu, dessa vez de uma outra maneira. Mau conseguia perceber a urgência de nossa terra em total abstinência. Via aquele céu, nem tanto azul, e nem tanto cinzento. Sentia o cheiro incomum de nossos ares, e ouvia o som das encantáveis águas que dançavam no meio de tanta manipulação e ausência.
Passamos uma parte de nossa vida sendo enganados, tendo impulsos cômicos de nossa evolução e crescimento social que passamos naturalmente a enganar. Mas isso sempre ocorre despercebido.
O fato é: Que Maximo! Cada um liberto e sozinho; temporariamente felizes temporariamente tristes. E se alimentam dessa fome sem vergonha, porque assim é que foi lhe ensinado.
O ideal os – sufoca, e meu coração se ofende mais uma vez.
Bem, não era bem isso. Confusa e onisciente ainda admiro-me do acontecimento que me fez acelerar e quase parar o coração. Aqueles olhos talvez cheios e talvez vazios na idéia nada santa.
Observo e faço o meu barulho. Incrédulo, desastrosa, estendo-me; Num momento de vacilação senti a experiência de minha primeira futura ruga.
Na possibilidade de erro, fecho os olhos. Desde então, na inevitável experiência procuro raciocinar.
O papel em branco sempre me assusta, mas continuo inventando minha carne dentro e fora de você.

domingo, 20 de julho de 2008

Percepção

Vinha eu assim distraída pela vida. Caminhando com minha rotina acirrada e decorada. Com todas as fragmentações da vida, justo naquele dia, estava eu distraída. Dentro de trânsitos caóticos, embutida de miséria e luxúria, estava eu: Distraída. Não poderia, além de estar cansada por ‘massacres’ diários que punham no caminho. Estava em dia de glória, sendo uma coisa rara.
Não me intensifico nessa minha tal raridade. Mas por puro carinho: Observo! Observar é ser livre, sejam de seus anseios e conceitos. Observar é para poucos.
Fui percebendo que também estava sem esforço algum percebendo o que estava a minha volta. E enquanto ia percebendo era quase palpável essa insana ventura. Sem receios, sem regra, ou preciosismo. E sem o menor senso de superioridade ou igualdade, em instantes via-me em pânico.
Só porque te olhei.
E controlava-me para não dar um grito. Sentia que naquele instante, que meu coração parava. Era quase como se eu já o – entregasse ali, nu e cru. Quase corria de medo, e totalmente cega entre as pessoas que me cercavam e me rodeava, eu quase não queria mais ver. Mas calmamente me coração calava-se. Perplexa, continuei a viver. Ilogicamente um nexo me ligava a minha distração, aquele olhar e meu desespero em silêncio. Não costumo ser o tipo de ‘gente’ que precisa ser lembrado das coisas. Mas quando isso acontece, revejo-me em conceitos. Mas nesse temor que estavam tentando me lembrar de algo, se no acaso distraída, admirada ou em desespero não conseguiria por mais tempo manter a linha de raciocínio. Não conseguiria.
Não esqueço daquilo que é sangue, daquilo que é carne e daquilo que é emocional.
Continuei indo por aí, em segredo, calada. É porque sempre tento chegar pelo o meu modo. Já estava entregues aos ‘nexos’, podia a vontade e sem restrição, encará-lo. Não pensando que estaria pronta para minha própria imaginação. Aquilo que não era meu. Não era. Talvez, seja preciso que digam e me gritem com mais brutalidade: deixe de lado essa teimosia.
No encanto, sustento a idéia que foi-me pega em surpresa. Surpresa agora que vos - digo com muita ironia, sou possessiva. E nada disso me possui. Talvez o desespero se mantenha aquilo que é novo; Aquilo que é desconhecido. Talvez essa minha natureza seja errada, ou talvez ela seja certa. Talvez eu ainda seja delicada demais. Talvez eu estivesse somente distraída, querendo compensar uma terra menos violenta. Só porque te olhei! E por enquanto ainda olho, admirada, porque o jogo de minha vida é sempre o contrário. E enquanto eu inventar dá os teus olhos de menino a mim.