segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Primeira mensagem

Falar do amor agora em início do ano soa mais bizarro e meio superficial a ouvidos advantes. Parece aquela coisa de quê no início do ano, estamos com o espírito "diferenciado", "bem humorado" e "esperançoso" para o novo ano. Pois bem, falarei dele: Do amor. Cito brevemente de uma frase que via há tempos exposta num muro em uma das principais avenidas da cidade: “ O amor é importante, porra!”. Bem assim, com vírgula e porra no final.
É engraçado mais ainda tentar entender quem a escreveu, que com toda certeza manifesteu-se sem muitos darem-lhe a atenção devida. Quem a expôs poderia estar triste, amargurado, amargo, decepcionado entre tantos outros sentimentos que temos quando perdemos algum “amor”. Perder amor não é legal; Confesso. Mas é claro, que quem expôs a tal frase, pode também ter um grande amor na vida, e ser muito amado, e a tal frase foi caso somente para chamar a atenção, e mostrar tal importância. Ou talvez, o desprezo da familia e falta de carinho e atenção fez o feixe ser alvo de exposição na avenida da cidade.
Bem, pouco sei dizer. Posso na realidade, ficar imaginando diversas coisas e situações que despertaram-me sempre que lia a frase, e os por quês da frase. É claro que imaginava também se havia alguém que se aprofundava em frases dispersas por ai. Creio que poucos, muitos raros devem ter lido essa frase que diz algo tão simples, mas que por certo soa como devido apelo a nossa vaga e pretensiosa sociedade, e que certamente apoio o apelo.
O amor é importante.

E muitos só percebem nas tardes de domingo, ali, quando não tem o trabalho ou a rotina, percebe que alguma coisa está errada – já que a paz destas tardes é infernal, o tempo não passa nunca, e há uma constante irritação. E quando a segunda-feira chega, percebem ali, o fato de que nunca tem tempo para descansar, e os fins de semana passam muito rápido. E muitos machistas deveriam abaixar a cabeça por certas atitudes e coisas ditas as mulheres. E muitos daqueles que têm dinheiro, deveriam valorizar mais cada coisa que vive e não viver somente do tal prestígio e luxúria areditando que a vida vale a pena, por que somente assim que deve-se ser feliz. E esses muitos deveriam ver que enquanto desfrutam da luxúria, há ainda a guerra, e há ainda pessoas e famílias que vivem no nível de miséria absoluta. E muitos políticos, deveriam rever o conceito de sociedade e de cidadão e de igualdade. E muitos deveriam valorizar seus filhos, seus pais, seus amigos, seus amores, as flores, os animais, os livros da estante, a música no rádio, o sorvete, a bebida de fim de semana, as crianças que ainda brincam na rua ao invés do video game, o sapato novo, a roupa velha, o sorriso no rosto, a lágrima que caiu, o bom dia inusitado, o boa noite já esperado, valorizar as águas, o horizonte, pássaros, borboletas, moscas... E muitos deveriam orgulhar-se do passado que no presente anda bem diferente, e possivelmente melhor; E muitos deveriam amar mais. Amar as coisas simples da vida, amar a si mesmo, amar as coisas e todas as outras coisas das coisas, amar as pessoas e todos os movimentos. Amar é isso.
Acontece que sempre falamos do amor, moldando aquela coisa do “a quem posso amar”.
O amor exige algo muito simples na vida. A própria vida, o sonho, a inocência e o amor.
Falar do amor, em qualquer época do ano soa bizarro, mas apelarei: "O amor é importante, porra". E etc...