sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Efeitos

Meu corpo já não é mais o mesmo. Meus cabelos já não são mais os mesmos. E minha cabeça também. Em contatos tão reais que tenho com o maço de cigarro e o copo de alguma bebida claramente alcoólica acabo mais uma vez conhecendo minha natureza feminina ou talvez masculina. E não há nada de errado nisso.
Se irei pagar um preço? Sem dúvidas. Mas não é certamente de minha natureza feminina abrir-se para o amor com facilidade.
Ao conhecer a si mesmo, digo: nosso tempo nessa terra é sagrado e devemos celebrar cada momento.
Algo está errado. Em um mundo que se divide cada vez mais pelas crenças religiosas, tento eu falar do amor. Tentar falar sobre, está fora de cogitação. É que minha natureza masculina não fala de seus amores, e minha realidade é sempre outra.
Estive entusiasmada essa semana, e devo de uma vez deixar minhas férias de lado. Já se passaram mais de trinta e poucos dias sendo uma coisa que eu já não reconheço mais. Descobri e entendi coisas absurdas sobre eu e o mundo.
Agora sou tachada de louca. E chego a seguinte conclusão que realmente sou. É que a vida “social " nos-cobra isso. Penso coisas absurdas, faço mais ainda e não consigo não dizer-las.
O último filme que vi na telona falava de uma coisa, e eu obviamente devo ter entendido outra, aí vai: Não adianta querer mudar o natural. Porque aquilo que está determinado a ser vivido e feito, realmente será, não importa o tempo preciso, e isso devemos ver seja ao lado bom ou mal. O filme que vi nada ou tudo tem a ver com o que afirmei. Mas tudo aquilo que foi criado pelo homem e sua imaginação são assim de anseio íntimo.
Voltando a algo menos pensante, o sábado que estava por vir e a semana que passou. Eu aqui sendo a boneca quebrada e pensante, sopro devagar a fumaça de meu cigarro seco. A alegria maior é ver meu coração correndo, batendo para os outros.
Surpreendida, com minhas leituras preocupo-me mais com o que devia com o mundo e seus porcos–espinhos. É preciso que urgentemente sejam realizadas pesquisas de impactos ambientais. Mas percebo que não adianta mais estampar nos jornais que o aquecimento global é mesmo assunto sério. Muito sério. Sério também é me deparar com algumas notas afirmando que a população brasileira diz em pesquisa que se pudessem, não votariam.
A idéia aqui não é achar a solução ou resposta alguma para qualquer tipo de problema que eu me preocupo. Mas penso sobre nossa própria carne aquosa.
Para a boa vontade dos homens, a primeira coisa que ‘adoçaria’ tua vida seriam limões verdes.
Alegres limões verdes.
Comovida fortemente em tudo que foi visto por estes olhos nos últimos dias, onde “ pés “ de estranhos estavam explícitos com seus ‘alegres’ caroços. E tudo foi cortado pela minha rápida imaginação e entendimento. Adivinha só, - Eu estando por aí, assisto na esquina de uma avenida o prazer sendo esmagado por um mendigo. Constrangida, olhava. E via aquele cara lavar contente tuas mãos. Brigando com paixão e ignorância.
Bem, tudo diante à nós, existe. Exatamente assim existe.
Tive que me render sem saudade nenhuma do faz de conta que estou vivendo. E na “possessividade”, aquele cheiro ainda está em mim.
Peço perdão ao meu pai, sem me oferecer a esperança. E peço sempre sabedoria. E quando percebo que estou entendendo, estou também enlouquecendo.
Meus maus humores se mantém. E meus vícios também. É uma mistura de conjunto de coisas.
O coração sempre acelerado. E sempre vago.
É tempo de eleição, e as pessoas comem com ou sem ternura. Não quero formar a vida, porque ela já existe.
Eu, toda branca e pálida, com meus sapatos vermelhos insisto em querer acordar o mundo que dorme.
Ainda respiro mal e respiramos mal.
Arrepia tudo aquilo que eu desconhecia. Na ponta do pés, segurando paredes, ciente e onisciente fui ao encontro de meu sorriso ao sorriso mais intenso. Ah, aquele cheiro.
Finalmente.
Ouvi meu nome se dito várias vezes. Ouvi o telefone tocar algumas vezes. Ouvi a mensagem que acabei de receber. Sem voltar o risco de meu coração nesse barulho e nesse silêncio, cheguei finalmente ao encontro de minhas duas boas almas. O feminino, e o masculino. Ela, a mulher da minha vida. Ele, o homem da minha vida. Esvaziamos uma boa quantidade de garrafas. E de novo, depois de confessar coisas sem pensar, eu pequena e sonâmbula com minha liberdade, parecia ainda morrer de sede.
E meu coração morre mesmo de sede. Ansiosa, admito qualquer falha, mas meus olhos nus correm para o abraço. É que nessa época de eleição começa os ‘ataques’ moralistas e para minha boa vontade, também ataco.
Já não sei mais o que será amanhã porque a água vai secar nessa quentura toda que o mundo vive, porque guerras destroem e constroem o bem e o mal, porque ao invés de criarem um mundo melhor para todos, criam novas tecnologias à consumo, e porque nos princípios de liberdades nos prendemos cada vez mais na classe dominante ( o capitalismo ou os capitalistas )
Não tem como fugir, porque se não fica sendo aquela coisa de covardia e nula. Mas não quero falar de utopias e reclamar como sempre. Pretendo mudar! Na verdade, mudo sempre. E minha cabeça se torna em vários infernos e passo por ingênua com um copo de caipirinha e o cigarro aceso.
É sempre assim: Morrendo de rir. Sem uma palavra sequer e sem uma palavra de amor.
Deixo escapar por um triz, - O que fazer nesse barulho todo de quem já entendeu tudo?
Bem, eu verei tudo e sentirei tudo! Vou gastar toda a minha vida até não sobrar nada.
E você?