terça-feira, 12 de abril de 2011

Tempos

Eu te invento. Como as cores sutis de um arco-íris; eu te invento.

Realizo os mais sinceros sonhos com cor ou sem cor. A cada passo dado, você me acompanha; mas não como numa ordinária fila. Segue ao seu rumo incomum ao meu. Eu te invento, e perco minha essência; E saio por aí como louca, como insana. E sem intimidação, sou louca, sou insana, sou absurda. Faço aquela música ser a nossa música. Por que ei de sermos um louco qualquer. Por que ei de sermos um louco qualquer, um louco incomum. Ei de ser o nosso melhor na loucura. E o melhor é ser louco, é sábia essa invenção nada nova. Sem novidade te invento; Dobro-te no meu desdobramento sem cor viva, naquele preto e branco de meu passado e que era a tua vida. Te invento pulsante, agitado, porém intenso como aquele ponteiro daquele relógio largo, redondo posto na ponta da igreja. Observo a cada tempo. E parece não passar esse tempo, mas as pressas, com sede e acelerado se passa. Já foram dois tempos grandiosos, e te invento na mais bela cor, vivo, real.

Realidade mesmo é essa minha essência que parece se perder na linha. Não deixo de lado a raiz. Raiz forte, raiz única, porém raiz medonha. Como agora se faz essas palavras, que ao seu modo não sabem seguir sozinhas. Eu bem que tento não ser repetitivo, não ser a esse modo único e pensante; e sem tantas palavras para dizer e para escrever. Queria é não escrever, não escrever é desumano e ser desumana é o que não sei ser. Queria é mesmo não te escrever. Mas te invento a cada letra, a cada verso; E é como se eles pudessem soar manso ao som d minha voz ao teu ouvido; E é como se pudesse deixar meu cheiro marcado no pudor de uma carta. Eu invento o som de minha voz; E invento o meu cheiro para ti; E sem preciosismo você que me lê agora, você que há dois tempos começou essa história. Sigo agora inventando. Inventando-te. Inventei ainda o teu toque; tuas mãos nas minhas, teus lábios aos meus, teus olhos pequenos na expressão de sorrir. O corpo e a carne se enfraquecem; É que não sei fingir, te invento verdadeiramente. Arrepia os pelos de todo o corpo, pareço não sentir minha vértebra, o coração batendo; Batendo mais forte do que acha que se pode bater. Explodem foguetes, caem confetes, vira festa. Vira fantasia, vira isso tudo que hoje sou. Boquiaberta estralo os dedos para despertar, para acordar, mas já nãohá mais jeito para o que tenho na raiz, no corpo e na alma: o amor. Invento-te por que só assim ainda consigo te fazer existir.

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