quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Voltas

Não sei onde eu estava. Aonde foi mesmo que eu parei? Agora, paro, e observo tanto tempo que não me colocava assim, a esse modo, tão meu, tão eu. Não sei onde estive por esses tempos. Tempos que confesso que não mudam. É sempre a mesma coisa, as mesmas ignorâncias, as mesmas promessas, a mesma mesquinhez das coisas que não entendo ainda. Ainda não entendo, e eu não sei mesmo onde era que eu estava. Como pude? Deixei-me tão de lado; Deixei-me tão a esmo. Logo eu, que era tão birrenta. Logo eu. Sem novidade, a boneca tão pálida, tão branca, tão loira, parada, calada, de lado. Estava era tentando me encontrar ao modo dos outros. A vida é mesmo um turbilhão de histórias e mentiras incrementadas umas a outras. É muito mais do que bonecas russas. É muito mais do que a onda do mar.. Agente nunca sabe onde começa, e onde termina. Mas afinal, Tem-se que saber, é. Queria mesmo é que ousassem viver do que vivi. Sentir o que senti, ver ao que vi. Quem merece uma vida morna? Acredite, a mornidão da alma dói. Não fique como cavalos. Não sei onde eu estava, mas não queira mesmo saber, não a vale a pena. O que importa é que a alma está inteira, o que importa é que durante esse tempo, não destruí o que sei que vai prevalecer não só minha moral, meu sangue e meu coração. O que importa, é que ainda me importo com esse estar aqui. Ninguém ei de entender, mas esse encontro de alma, escrita e Eu, é coisa rara. É coisa única, é coisa de Deus, e como senti a falta dessa coisa louca que é EU aqui. Não sei onde eu estava, percebia que sentia saudade de eu mesma, mas sem entender muito bem o por quê, e agora, só agora, mais sóbria, sem álcool circulando no sangue, sem nada que me dê adrenalina, sem entorpecer minha alma e meus braços e abraços a outro corpo entendo que é aqui que estou. É aqui que sou. Não sei onde eu estava, por que eu não estava lá, eu apenas me desliguei por esse tempo, pois sei bem que sempre estive e estarei aqui. Escrever é solitário, mas compreendi principalmente durante esse tempo, que eu sou mesmo é assim.

domingo, 3 de julho de 2011

Já era amor

Não me lembro mais qual foi nosso começo. Sei que não começamos pelo começo. Já era amor antes de ser. E antes de ser, o medo surgia, e o medo da comodidade da alma, calamos, paramos... Ah, essa ausência tem me causado euforia pelos cantos do mundo. Mas nunca sei bem em que mundo que estamos, e nunca sei ao certo em que canto estou, e nem em que canto queria estar. Queria mesmo é perguntar a cada um se estão agora, exatamente aonde queriam estar ou se essa comodidade os segue de maneira incontrolável. Não quero a validez das coisas. Não quero o superficial das coisas, quero mesmo é a coisa, o amor. É que só sei ser desse modo verdadeiro e único, não sei ser a outro modo, a outra maneira, não sei mesmo mentir. Tua distancia maltrata, mas mesmo assim consigo viver, consigo viver. E é como uma febre. Nos últimos tempos tenho vivido mais do que nos últimos outros tempos. Mas hoje, agora, alguma coisa mudou. Estou mais piegas, e nas silabas soam em minhas palavras apenas a parte mais sensível de minha alma, e de meus sentimentos. Não escondo! Não me escondo mais. Essa sensibilidade me transformou demais. Já se foram dois anos, e tenha certeza não se pode levar qualquer espécie de vida, e continuar a mesma. Eu sei. Pequei demais, a ponto de perder toda a minha vivacidade, a ponto de perder toda a minha clareza. Oras, pois até a clareza puder perder. Mas o perdão devolverá minhas repulsas, meus sonhos mais puros. A pureza ainda existe, e sei que sempre ei de existir. É ela que salva ainda a nossa insana humanidade. Não sou apenas uma sonhadora. Sou uma sonhadora cercada dos sonhos de outros sonhadores. Não estou sozinha. Não a ponto de acreditar que só isso basta. Não, não basta, não desisto, não canso. Às vezes tua distancia me faz ficar mais pensativa do que o comum. Às vezes tua distancia me deixa em silêncio profundo. O silêncio me destrói. O silêncio e teu silêncio me destroem. Por isso, agora está tudo diferente de quando começou. Não sei mesmo quando foi o começo, só sei que inventamos tudo isso, e depois disso acreditamos fielmente que já não há mais fim. E acreditamos mais ainda que só há fim quando tudo se está feliz. É assim? Então ainda não é o fim, ainda não acabou? Ainda falta o ser feliz? Pois bem, não sei mesmo se tenho tanta força assim, essa sua ausência tem-me dado muita distração para as coisas. Tenho certo receio de acomodar a alma nos braços que não sejam os seus. O medo e a conformidade da alma por que você ainda não veio. Você só finge que vem. Daí, eu vou, eu vou... eu vou tão sem rumo, e sei que uma hora vou parar, vou desistir de esperar a coisa, e as outras coisas me encontrarão, mesmo que eu já não queira mais ser encontrada. Daí, mesmo que eu ainda não saiba nem aonde foi o começo, saberei que já será o fim, por que mesmo que tua ausência permaneça, mesmo sem o ser feliz, já era amor antes de ser. Aquele seu começo, era amor.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

"Sou uma constante. Solto minha ira, solto toda a minha poesia e a deixo livre. Solto e Liberto; é que a alma não se engana. Caminho entre pedras, e entre migalhas, cascalhos, beijos, abraços, no buraco tão fundo, a cor de teus olhos bem de perto, e o teu suspiro aqui e no meio do mundo. Você tão perto e tão longe. Logo eu pensar assim: ter você só pra mim é minha condição. É que além de ser uma constante, sou também um paradoxo da metamorfose".

terça-feira, 31 de maio de 2011

Partida..

Não há ao certo como seguir essa resenha. Vou simplesmente acompanhando o pensamento e deixando-o ir, para ver onde é que vai chegar e em que luar chegará. Em que lugar chegará? Em que lugar chegará esses pensamentos, essas escritas que nunca tem rumo. Por vezes o pensamento vai pairando quando acha que não compreende e por vezes o pensamento vai correndo absurdamente quando por certo tem a certeza e segurança que sabe para onde é que vai. Mas aonde é que vão esses pensamentos? Não sei onde eu estive nos últimos tempos. É que dei uma pausa. Uma pausa imensa. Não sei bem dizer o porquê, e nem para quê, mas senti que foi com e sem causa.
Às vezes é importante parar. Saber o que te cerca. Olhar ao seu redor. Sentir novos cheiros, ver novas cores, mesmo que você tenha certeza que há muito tempo tudo está exatamente no mesmo lugar. E foi assim: Parei! Simplesmente parei. Fui o que não era. Sorri quando não queria sorrir. Estava lá quando não queria estar. Mas viver exige da gente. Viver exige que agente não pare. Assim volto continuadamente. Sem muito nexo e sem saber como voltar. Volto discretamente, sincera e já não mais pura como antes. Acontece que pureza da mais pura só uma criança tem. E depois de tantas coisas rápidas e profundas acontecerem perde-se toda a pureza. Volto não tão inocente e sem pedir licença; volto com toda a calmaria que só um velho tem. Volto mais intensa do que se pode imaginar, basta fechar os olhos para sentir e para me sentir nessa intensidade: Os passos são mais fortes, esguios, o olhar é determinado e tem um brilho que há temos não se viam. Talvez alguma coisa tenha acontecido. Mas não é só isso.. Não, não é. Descobri que a distancia não representa o tamanho da importância. E não me importo com quem simplesmente nem se repara a detalhes. A distancia é sim um detalhe forte e pode causar enormes estragos, e pode causar somente saudade, e pode causar mudanças. Essa distancia chamou o que posso chamar de desequilíbrio ocupacional. O termo é estranho, acabei de pensar nisso; Em algo que contemplasse e representasse o que a distancia me causou: desequilíbrio ocupacional. Perdi a linha da moralidade, perdi a linha da liberdade. Perdi e encontrei a liberdade em algo alem do que muitos pensam que ela é. A liberdade esta sempre maquiada em caminhos dispersos e supostos de liberdade. Mas acontece que a liberdade nunca é externa. Acontece que a liberdade é sempre interna – e está ai, bem dentro de você. Só sei que “liberdade é pouco para o que eu preciso”, daí vou escrevendo e escrevendo sem pairar, sem pensar. Fui de pausas na vida à liberdade distinta. As vezes eu paro, mas sempre volto e continuo. Não sei mesmo onde é que vou chegar, mas aqui não é a parada, e também não é o final. Aqui é o meio. Aqui é sempre o meio, e nunca me livrarei do meio, por que sem ele não chegarei a lugar algum. A palavra é meu meio, a vida é o começo e o amor é o fim. O amor é o fim.

terça-feira, 3 de maio de 2011

"Convém-me verbalizar as coisas que sinto, para que os outros tenham mais percepção do que se passa dentro de mim, e muito mais além, sob muitos aspectos, acho é que sou um verdadeiro mistério! É essa tal atmosfera melancólica, independente e cheio do romantismo. Acontece é que meus sentimentos são muito profundos e tudo aquilo que é profundo é mais internalizado."

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Trechos que encontro por aí

"Não me atrevo a detalhar coisas tão pessoais, mas de fato, isso tudo por aqui demais pessoal é e mais provável que há. Possam-se muitos enganarem, ou possam-se muitos estarem certos de ficções, mas deixo sempre minha mente fluir para onde ela pode me levar, e onde eu realmente queria estar. Vou escrevendo e já estando. Já vejo tudo, e digo, e escrevo: O dia em que encontrar-me novamente contigo. Ah, oras. O coração deve é parar de vez. Já sinto as pernas bambas como se estivesse ao teu lado. As mãos perdem a força e o controle, e na boca poucas palavras, por que sairão tortas. Estou paralítica. Olhando-o como se fosse a primeira vez. Talvez dessa vez eu olhe-o de cima para baixo. Talvez ainda de tanto olhar já derrame uma lágrima como faço agora ouvindo o mesmo álbum que oauvia quando te conheci “Seamese Dream dos Smashing Pumpkins”. Talvez somente consiga fazer isso, derramar de vez as lágrimas que segurei quando disseste que ia partir. E me lembro bem, nós dois, postos numa mesa do café, eu olhava-o atenta, você brincando com a xícara de chá que tomava, e eu sem fome ou sede alguma somente olhando-o e ouvindo-o, você fazia caretas e falava com o “bico” mais preciso que todo francês tem, eu já entendendo todo o final, e foi ali que segurei as lágrimas que derramo até hoje. Não sei se realmente se minhas palavras sairiam para ti, acho que faria com num filme do Chaplin falaria com os olhos. Faria cena muda. E sem dizer uma só palavra você me entenderia. E me entenderia se eu ficasse ali, parada, olhando-o. " - Abril/2010

terça-feira, 12 de abril de 2011

Tempos

Eu te invento. Como as cores sutis de um arco-íris; eu te invento.

Realizo os mais sinceros sonhos com cor ou sem cor. A cada passo dado, você me acompanha; mas não como numa ordinária fila. Segue ao seu rumo incomum ao meu. Eu te invento, e perco minha essência; E saio por aí como louca, como insana. E sem intimidação, sou louca, sou insana, sou absurda. Faço aquela música ser a nossa música. Por que ei de sermos um louco qualquer. Por que ei de sermos um louco qualquer, um louco incomum. Ei de ser o nosso melhor na loucura. E o melhor é ser louco, é sábia essa invenção nada nova. Sem novidade te invento; Dobro-te no meu desdobramento sem cor viva, naquele preto e branco de meu passado e que era a tua vida. Te invento pulsante, agitado, porém intenso como aquele ponteiro daquele relógio largo, redondo posto na ponta da igreja. Observo a cada tempo. E parece não passar esse tempo, mas as pressas, com sede e acelerado se passa. Já foram dois tempos grandiosos, e te invento na mais bela cor, vivo, real.

Realidade mesmo é essa minha essência que parece se perder na linha. Não deixo de lado a raiz. Raiz forte, raiz única, porém raiz medonha. Como agora se faz essas palavras, que ao seu modo não sabem seguir sozinhas. Eu bem que tento não ser repetitivo, não ser a esse modo único e pensante; e sem tantas palavras para dizer e para escrever. Queria é não escrever, não escrever é desumano e ser desumana é o que não sei ser. Queria é mesmo não te escrever. Mas te invento a cada letra, a cada verso; E é como se eles pudessem soar manso ao som d minha voz ao teu ouvido; E é como se pudesse deixar meu cheiro marcado no pudor de uma carta. Eu invento o som de minha voz; E invento o meu cheiro para ti; E sem preciosismo você que me lê agora, você que há dois tempos começou essa história. Sigo agora inventando. Inventando-te. Inventei ainda o teu toque; tuas mãos nas minhas, teus lábios aos meus, teus olhos pequenos na expressão de sorrir. O corpo e a carne se enfraquecem; É que não sei fingir, te invento verdadeiramente. Arrepia os pelos de todo o corpo, pareço não sentir minha vértebra, o coração batendo; Batendo mais forte do que acha que se pode bater. Explodem foguetes, caem confetes, vira festa. Vira fantasia, vira isso tudo que hoje sou. Boquiaberta estralo os dedos para despertar, para acordar, mas já nãohá mais jeito para o que tenho na raiz, no corpo e na alma: o amor. Invento-te por que só assim ainda consigo te fazer existir.